sábado, 21 de janeiro de 2017

Sobre viagens no tempo

Não importa quanto tempo tenha se passado, enquanto algum evento atípico não lhe roubar a memória, sempre é possível revisitar sua própria história e mudá-la. Se não os fatos, ao menos o significado sobre eles. Ora, mas se mudamos o significado de algo, mudamos tudo. Afinal somente os significados importam.

Aquilo ou aquele que supera o tempo vê tudo como momento presente. Assim, consegue arrepender-se e perdoar, é capaz de dizer o que gostaria de ter dito e de mudar o que não deveria ter mencionado, pode ajustar pequenos detalhes para mudar tudo.

O Amor, no seu sentido mais amplo (muito além do novelesco) supera o tempo. Nele é possível ressignificar toda a história de uma pessoa. Basta que ela feche bem os olhos, se concentre e revisite sua história quantas vezes forem necessárias. Com bastante exercício, aprende-se a viver cada dia como se todos os detalhes daquele dia fossem ajustados.

Hoje revivi um pouco da minha história. Apenas o suficiente para decidir que não mudaria quaisquer erro que cometeram comigo, pois eles foram os detalhes que ajustaram maravilhas da minha vida. Por exemplo: algumas falhas do meu pai, permitiram a presença de minha mãe, o amor de minha avó e a busca por ser alguém melhor.

Hoje, sendo pai, vejo que não sou melhor do que ele foi. Nem quero sê-lo. Quero apenas amá-lo e deixá-lo consciente disso.

Além disso, percebi que já sabia antes muitas coisas do futuro  (talvez porque de fato minha consciência, no amor, estivesse extrapolando o tempo naquele instante), como o fato de que minha avó ia morrer. Parece óbvio, mas essa sabedoria permitiu-me dizer as frases pretendidas, memorizar as cenas escolhidas, e escolher como jamais me arrependeria. 

Todos sabem que todos vão, vamos, morrer. Todavia, muitos não sabedoriam disso; e a morte, tal como o nascimento, é irrepetível: não se pode reviver esse momento. Tudo o que vamos fazer em nossa vida, na vida dos nossos, deve ser feito entre a morte e o nascimento. Senão, será tarde até para o Tempo.

Pedro Gurgel Moraes
Aluno da Escola da Vida.
Amante da Mulher Mais Bela.
Navegador dos Mares dos Sonhos.
Sob o Olor do Lírio e a Luz da Estrela.


sábado, 21 de maio de 2016

Passe, mas não passe tanto

Tempo, amigo fiel
Que solidifica meu amor,
Por que te inimigas de mim?
Aonde vais com tanta pressa?

Velho amigo, por gentileza,
Tenha calma.

Porque te deixo passar,
Mas passe devagarinho...

Não voe tanto,
Não voe logo.

Voe longe,
Voe longo.

Fique mais um pouco no meu ninho.

Pedro Gurgel Moraes
Aluno da Escola da Vida.
Amante da Mulher Mais Bela.
Navegador dos Mares dos Sonhos.
Sob o Olor do Lírio e a Luz da Estrela.

quinta-feira, 5 de maio de 2016

De bom humor

O Moleque Ceará
Abriu um leque no rosto
Na cara do povo
E o fez gargalhar.

Porque só se faz humor
Com coisa séria:
Achar graça não é pilhéria!
É preciso, antes, ter amor:

Contar piada sem chiste,
Rompendo preconceitos
Sem esconder defeitos,
Para sumir o triste.

Feito o Ceará Moleque
Quem, pela piada do contador,
Tanto povo sofredor
De sorriso traveste.

Abriu-se um leque.

Pedro Gurgel Moraes
Aluno da Escola da Vida.
Amante da Mulher Mais Bela.
Navegador dos Mares dos Sonhos.
Sob o Olor do Lírio e a Luz da Estrela.


terça-feira, 21 de julho de 2015

Até (Post especialmente direcionado aos amigos de Piranhas)

Prezados,

Já deve ser da ciência de muitos que minha famigerada redistribuição saiu. Para meu contento, e de minha família, naturalmente. Apesar de ter sido um verdadeiro deleite estar em vossas companhias e com vocês crescer no conhecimento, na sabedoria e na fé, ao que mostra a Vida, minha missão em Piranhas se concluiu, tenha eu a cumprido a contento ou não. Espero ter deixado mais rastros de luz do que de trevas, mais sorrisos do que lágrimas e mais paz (mesmo dentro das inconformações) do que ira. Garanto que as marcas que cada um deixou em mim foram boas!

Vejo o encontro e a descoberta de pessoas como um dos maiores prazeres da vida. Somos como tintas únicas e belas que, ao nos conhecermos, nos misturamos e geramos novas cores, ainda mais únicas e belas! Como que pintando um quadro pós-moderno magnífico! Meus olhos e, principalmente, meu coração guardarão suas cores com afeto.

Toda estação passa. Nesta terra, tudo são estações e, na solidão, a esperança é sempre a melhor companheira.

Minha estação Piranhas acaba de se encerrar, com suas angústias e deleites. É chegada a hora de novos horizontes, novas cores, nova missão! Desta vez mais próxima de uma das minhas principais: a família.

Sem mais, deixo-vos meus parcos versos.

Despedida

Acaso nosso reencontro more no nunca,
Meu corpo estará morto aos teus olhos.
Afinal, só existe o sentido ou o percebido:
Só existo quando estou na tua frente ou dentro daí.

Serei, pois, eterno para ti
E estarei sempre contigo
Naquilo que, de mim,
Deixares te permanecer.

Assim, peço:
Deixe-me morrer e inexistir no que não fui,
Eternize-me naquilo que me sabes ser.

Até!


Pedro Gurgel Moraes
Aluno da Escola da Vida
Amante da Mulher Mais Bela
Navegador dos Mares dos Sonhos
Sob o Olor do Lírio e a Luz da Estrela

quarta-feira, 18 de março de 2015

O recomeço do euverso



O primeiro verso foi escrito sob o ofuscante astro 
O segundo, sob o inconfundível perfume

O terceiro foi aquele que mudou o universo

Em todo seu pranto. 
Em todo seu sentido.



Pedro Gurgel Moraes
Aluno da Escola da Vida
Amante da Mulher Mais Bela
Navegador dos Mares dos Sonhos
Sob o Olor do Lírio e a Luz da Estrela


terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Três focos

Hipermetropia.
Só se vê bem, de longe.

Miopia.
Só se vê, bem de perto.

Cegueira.
Só se vê, bem, de dentro.

Aluno da Escola da Vida
Amante da Mulher Mais Bela
Navegador dos Mares dos Sonhos
Sob o Olor do Lírio e a Luz da Estrela
(Com a excelente contribuição de C.A. Ribeiro Neto)

domingo, 14 de dezembro de 2014

O sonho e a verdade


Por que os peixes voam nos mares
E as aves nadam nos céus?

Certa vez, sonhei.
Haviam belos peixes a voar...
Vez em quando, alguns mergulhavam no ar.
Mas logo voltavam a voar na água.
Suas asas não eram tão grandes.
Não como as nadadeiras das aves!
Os peixes, porém, voavam com o corpo inteiro.

As aves, por sua vez, tinham um belíssimo nadar!
Como era magnífico vê-las nadar no céu!
Suas nadadeiras deslizavam no ar...
E seus corpos, leves, quando cansavam,
Simplesmente flutuavam.
As vezes, algumas se atreviam a nadar na água,
Mas, num átimo, voltavam:
Lugar de nadar é no céu!

Como era magistral a harmônica dança da Natureza!
A sinfonia dos peixes e das aves.

Certa vez, sonhei.
Quando percebi, era realidade!
E a dúvida voltou a declamar:
Por quê? Qual a verdade?

Por que as aves nadam nos céus
E os peixes voam nos mares?

Pedro Gurgel Moraes
Aluno da Escola da Vida
Amante da Mulher Mais Bela
Navegador dos Mares dos Sonhos
Sob o Olor do Lírio e a Luz da Estrela